Frio, muito frio. Passos rápidos. Olhar atendo nos degraus que descia.
A- Lembro quando tudo isso tava começando. Você disse que tinha medo, que ia parar.
B- Parece que sentiu, foi mais rápido que eu. Não me deixou desistir.
E que bom que não me deixou. Eu te agradeço por isso.
É que eu sou assim... bundona, medrosa! Eu tenho medo até agora.
Mas isso é porque a vida - lá vai ela com "a vida" de novo - tem me mostrado cada vez mais o que eu quero daqui pra frente. E dá tanto medo de você querer a dois e no final ver que está sozinha no querer...
Porque eu quero muita coisa, mas eu quero conseguir. Eu não quero por querer, entende?
Me disseram uma vez que eu teria que me livrar de muita coisa que carrego para poder seguir em frente. Francamente... quanta insegurança babaca que eu tenho. Mas é que nessa hora da mente vazia, coisas jogadas na sua cara, pessoas inconvenientes MAIS a minha bagagem de idiotice, só pode sair asneira mental.
Se tanta coisa que eu antes jurava ser a minha vida, hoje não é nem parte dela... por que eu faço de coisas passadas dos outros esse grande drama? Porque eu sou a personificação do drama, óbvio.
Mas e daí? Eu tô viva! Eu tô mais viva do que nunca! As asneiras vêm, mas também vão.
Só me dê olhos nos olhos e eu resolvo tudo que eu preciso sem dizer sequer uma palavra, num instante. Aliás, "sem dizer sequer uma palavra" é um grande problema meu... mas esse fica pra próxima.