terça-feira, 1 de setembro de 2020

dois mil e vinte | PARTE I

dois mil e dezenove tinha sido um ano e tanto... vivi tantas coisas, tantas decepções, tantos aprendizados, tantos renascimentos, me perdi, me encontrei, entrei no mais profundo do meu ser e renasci.

passei o ano novo em um retiro espiritual: 10 intensos dias de trabalhos voltados para o autoconhecimento e espiritualidade, sem álcool, sem distrações, sem nada além do rio Piracanga e meu ser interior.

dois mil e vinte chegou. 

mal sabia eu que era uma escola, quase que um curso intensivo, pra me preparar para o que viria pela frente.

teve (está tendo) a pandemia, que loucura, né?
o mundo inteiro voltado pra dentro, finalmente em união, passando pela mesma coisa - cada um no seu estágio de consciência e no seu estado perante a sociedade (uns com muito e outros com muito pouco).

falando sobre voltar pra dentro... fui jogada pra dentro num mergulho forte, profundo, sem balão de oxigênio. VAI!

meu pai estava doente há muito tempo - parkinson, policetemia vera, tromboembolia pulmonar... a lista é grande e eu já nem sei muito bem onde começa a onde termina. o que sei é que há 01 ano ele começou a apresentar profundos sinais de perda de consciência. esse foi o momento que comecei a lidar com a morte do meu pai (09/08/2019). afinal, ele estava vivo mas nunca mais poderia ligar pra ele pra pedir um conselho de trabalho, ligar pra contar minha inúmeras discussões com a minha mãe, pedir pra ele me levar pra cima e pra baixo ou simplesmente ligar pra pedir desculpas pela minha ausência e ouvi-lo brincar "Camila? Quem é Camila? Não conheço nenhuma!!" - dessa vez poderia ser verdade que ele não lembraria. depois de 01 ano de muitas questões internas, sustos, hospitais, a sensação de desespero a cada ligação, no dia 18/07/2020, ele foi pro hospital. internou, trocou de hospital, ficou bem, ficou mal, melhorou muito e dia 26/07/2020 piorou de vez, entubou. dia 28/07, aniversário da Rê, desentubou, voltou a consciência pra ela ficar feliz e dia 31/07/2020 faleceu. 13 dias bem desse jeitinho que eu escrevi: corridos, voláteis, intensos.

eu sofri muito, meu papito sempre foi tudo pra mim, né?
mas a dor de vê-lo sofrendo tanto era maior do que a dor de deixa-lo partir em paz... afinal, ele sempre vai estar vivo em mim. 

à partir desse dia eu estava aprendendo a lidar com a falta sem um sentimento de dor, tentando transmutar e ressignificar essa dor dia a dia.

até que eu tava conseguindo.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

É suficiente

Às vezes a gente se auto-sabota e cria teorias pra não acreditar no que está acontecendo bem debaixo do nosso nariz. 

Temos que partir do exemplo de nós mesmos e saber que as coisas são muito simples: quando a gente quer, a gente faz acontecer e quando a gente não quer, a gente tem uma coleção de desculpas na manga esperando para serem usadas.


É simples: ou quer ou não quer.
Não fazer uma escolha também é tomar uma decisão.
E na boa? Essa decisão é um direito de escolha de cada um.
É um direito não querer.
Não é um crime, não é o fim do mundo, não é errado.



Não querer é suficiente, não precisa de explicação. 

terça-feira, 12 de maio de 2015

Medo

"Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da medida. É a nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos amedronta.
Nos perguntamos: "Quem somos nós para ser brilhante, atraente, talentoso e incrível?". Na verdade, quem é você para não ser tudo isso?... Bancar o pequeno não ajuda o mundo.
Não há nada de brilhante em encolher-se para que as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de você.
E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos às outras pessoas permissão para fazer o mesmo."

Nelson Mandela 

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Para alguém

Foi uma semana pesada, foi um mês pesado, tem sido tão difícil.

Resolvi naquele dia, sair por aí e diminuir um pouco o sufoco que era te guardar aqui dentro em silêncio, o sufoco que era guardar toda essa intensidade, que era guardar tudo isso no meu quarto, em pedaços de papéis, em notas que eu escrevo, em pensamentos que eu não divido, em mensagens que eu apago, em sorrisos falsos que eu dou pra todo mundo quando eu estou desabando por dentro.

Saí por aí e encontrei um bêbado no metrô.

Ele percebeu que tudo estava errado comigo - talvez pelos meus olhos mareados.

Conversamos, ele me deu uma rosa e me propôs que eu lhe falasse tudo que estava dentro de mim como se ele fosse você - afinal, ele não lembraria de nada disso amanhã.

Pois é. ele chorou - assim como você chorou aquele dia falando de nós.
Ele chorou como eu choro quando me vejo me forçando a esquecer uma coisa tão forte e sem explicação desse jeito.
Ele chorou de emoção ao ouvir tudo que eu disse e falou que não poderíamos deixar de lutar a favor disso que nós dois tínhamos - nesse momento ele tentava me convencer como se fosse você, mas chorava por ele mesmo... por ouvir tudo que ouviu.
Ele me disse que ele faria o que fosse possível e impossível para fazer isso acontecer, que era muito difícil mas ele sabia que era um cara de muita sorte.
Ele me disse que com o tempo eu saberia a resposta e que tinha certeza que faria a escolha certa.
Ele me disse também que éramos apaixonados um pelo outro e quiçá nos amávamos - aí já era ele, não mais você.

Arrancou de mim tudo que eu queria te falar e me falou tudo o que você queria me falar e não falou.
Mas de uma coisa eu tenho certeza que ele está certo: com o tempo eu vou saber as respostas e você fará a escolha certa...



...para alguém.

quarta-feira, 4 de março de 2015

"Aonde você quer chegar?
 Aonde eu queria estar.
 Se tudo que eu tenho te faz lembrar bons dias."

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Hoje

Queria que você soubesse das coisas que achei em mim enquanto você não estava aqui.

Queria que você soubesse que achei em mim um "velho eu" que eu não conhecia.

Queria que você soubesse que vasculhando por dentro, encontrei ali, meio com medo, um "novo eu" que olhou para o antigo e conseguiu refletir e aprender.

Que achei nesse "novo eu" alguém que entendeu que a responsabilidade de se fazer feliz, completo e pleno é muito grande para deixar nas costas de alguém. Ela pesa. Ela sufoca. Ela só cabe a você e mais ninguém.

Que achei um "velho eu"que tentava preencher os espaços de suas insatisfações com outras pessoas - aquele mesmo "eu" que tinha medo de se encarar e passar qualquer tempo que fosse, sozinho. 

Que o melhor de achar esse "velho eu" em mim, é saber que ele me ensinou a ser quem eu sou hoje.

Hoje, eu achei em mim, você.
Mas de uma forma diferente: não dói, não machuca, não faz chorar.

Dá uma saudade das nossas risadas, do nosso jeito leve de viver. Dá uma coisa boa... um simples e pleno querer-bem.

Hoje eu queria que você soubesse de tudo que enxerguei no meu "velho eu" e como isso fez as coisas andarem para onde andaram. 
Mas essa é uma estrada de uma mão só, né? 

Li uma vez que o amor da nossa vida vem para mostrar nosso "eu verdadeiro" e nos colocar frente a frente com tudo o que precisamos refletir e encontrar em nós. E na maior parte das vezes ele vai embora... o meu foi.

Vai voar, mas não precisa voltar. Tá?

Você já me mostrou tudo o que eu precisava enxergar.

Hoje, quase 1 ano depois, eu só queria dizer: obrigada!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Sitting, Waiting, Wishing

O que é essa vontade de sair correndo e gritar aos quatro cantos o que eu tento manter discrição o tempo inteiro?

Gritar pra você e pra quem quiser ouvir que o que eu mais quero é que você bote um ponto final nisso tudo. 

Mas que esse ponto final não seja na gente. E sim, no que tiver que acabar para podermos, enfim, sermos nós. 

E "sermos nós" significa unica e exclusivamente sermos aqueles dois que não precisam de nada além das suas próprias companhias. 


Por outro lado, tenho pensado tanto nisso... nesse raio de situação que nos impede de fazer o que queremos fazer.

Mas é esse o ponto. O que queremos, de fato, fazer? No fundo? Na essência? Qual é a nossa MAIOR vontade?

Pensei e cheguei a conclusão de que as pessoas estão na situação que elas têm mais vontade estar.
É simples: mais cedo ou mais tarde você vai permanecer onde está ou vai fazer a mudança que precisa para chegar onde quer chegar.


Existe medo, existe covardia, existem poréns, mas no final nós sempre lutamos por aquilo que mais queremos. E você está lutando sim.


Está lutando para continuar onde está. 
Então está lutando pelo que mais quer - permanecer onde está.

E o que me resta?


Sitting, waiting, wishing... 


(Não por muito tempo)